Diário do Mercado na 2ª feira, 31.08.2017
Dia positivo em meio ao retorno da variável política
Resumo.
Os movimentos no front político retornaram com força total à pauta. Enquanto aguardam a provável votação da denúncia contra a presidência na quarta-feira os agentes depararam-se com um clima próspero aos negócios no Brasil, derivado de uma visão de avanço na agenda reformista e continuidade de ingresso de capital estrangeiro.
Ibovespa.
As ações da Vale e da Bradespar performaram entre as maiores altas do Ibovespa, refletindo a disparada da cotação do minério de ferro na China. A Petrobras também acompanhou a virada do petróleo, que aconteceu em meio ao enfraquecimento do dólar ao longo da sessão.
O Ibovespa findou aos 65.920 pts (+0,65%) com o giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 7,03 bilhões, sendo R$ 6,88 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O capital externo para a bolsa, com o ingresso de R$ 160,92 milhões em 27 de julho, passou a somar saldo positivo de R$ 3,09 bilhões no mês. Em 2017, a entrada líquida acumulada situa-se agora em R$ 7,98 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a ausência de indicadores cedeu espaço para a apreciação do relatório Focus do Bacen. Nele se viu destacadamente a continuidade do movimento da semana anterior de alta no IPCA para 2017 (de 3,33% para 3,40%). De outra mão, apresentou recuo da taxa Selic projetada para 2018 (de 8,00% para 7,75%. No restante, não houve alterações significativas.
Ainda na madrugada de ontem, na China o índice de gerentes de compras (PMI) da manufatura marcou 51,4em julho, vindo ligeiramente abaixo das projeções de mercado em 51.5, e também abaixo do registrado no mês de junho (51.7).
Na Alemanha, as vendas no varejo surpreenderam positivamente, escalando 1,1% em junho, ante projeções de 0,2%. O dado reforça que a maior economia da zona do Euro vive um bom momento.
Câmbio e CDS. Inúmeros fatores desfavoreceram o dólar contra o real na sessão, sendo os mais importantes a boa receptividade dos investidores a discurso do Ministro da Fazenda, que reforçou o cumprimento da meta do déficit do governo para 2017, “com aumento de impostos se necessário”.
Além disso a resignação do secretário de comunicação da Casa Branca enfraqueceu a moeda forte ante demais pares no mercado global. O dólar fechou a R$ 3,1166 (-0,53%).
Risco Brasil. O CDS brasileiro de 5 anos acompanhou o movimento e caiu a 210 pontos, ante o fechamento de 214 da 6ª feira.
Juros.
À espera da Ata do Copom na terça, os vencimentos curtos e intermediários na curva de juros futuros pouco oscilaram. Já a seção longa recuou na esteira de visão do mercado de maior probabilidade de avanço na agenda de reformas governista.
Para a 3ª feira.
Os movimentos no âmbito político tendem a permanecer fortes no dia que antecede a provável votação da denúncia contra a presidência na Câmara dos Deputados. Quanto à agenda econômica, o dia concentra a divulgação da Ata do Copom e da produção industrial de junho no Brasil.
No exterior, o destaque principal residirá na inflação ao consumidor medida pelo PCE nos EUA, além da última prévia do PMI da manufatura de julho por lá. O PIB da Zona do Euro também figura como relevante.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 2ª feira, 31.08.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos integrantes da equipe do BB Investimento